Mooca: família de idosa que teve papagaio morto quer mudar de bairro
terça-feira, 24 de maio de 2011A família da aposentada que teve o papagaio de estimação morto durante uma tentativa de assalto na noite deste domingo (22), no bairro da Mooca, Zona Leste de São Paulo, pensa em se mudar do bairro, segundo Nicole Mattos, neta da vítima. Yeda Tanaka, de 85 anos, chegou a ser amarrada e amordaçada pelos criminosos com uma cortina do banheiro que foi rasgada. Três suspeitos foram presos e um adolescente foi apreendido após a chegada da Polícia Militar.
“Minha avó está assustada. Ela não voltou para casa até agora”, disse Nicole, na tarde desta segunda-feira (23). A aposentada estava na casa de uma filha, na mesma rua onde mora.
Os assaltantes entraram na residência no momento em que Nicole, de 22 anos, foi até a casa dos fundos, onde mora sua mãe, por volta das 20h. Eles amordaçaram e amarraram a idosa, a jogaram na cama e colocaram um cobertor sobre ela. Em seguida, o tio de Nicole Thiago Tadeu Panica chegou à casa de Yeda e também foi rendido. Da outra casa, a jovem viu a avó sendo agredida. Nicole chamou, então, a polícia. Segundo ela, os policiais chegaram rapidamente.
“Minha avó foi amordaçada com a cortina do banheiro, que eles rasgaram. Quando o meu tio chegou, eles começaram a agredi-lo”, contou Nicole.
Ela disse que os criminosos tinham informações sobre a rotina da família, já que entraram batendo na porta, no horário em que Thiago tinha costume de ir ver Yeda todos os dias. Os criminosos também citaram, segundo ela, o nome de um outro tio morto há cerca de um ano. Eles tentaram levar joias, computador e tênis. A ação durou cerca de 20 minutos.
O papagaio Louro se assustou com o barulho dos assaltantes. “Ele gritava e batia as asas. Foi quando um dos ladrões arrancou o Louro da gaiola e começou a pisar na cabeça dele”, disse Nicole, que assistiu tudo da casa da mãe até a chegada da polícia.
Na casa havia ainda um outro pássaro e dois pitt bulls que, segundo Nicole, são mansos e estavam presos. “Quando eu entrei na casa e perguntei para minha avó como ela estava, a primeira coisa que ela disse foi: ‘mataram o Louro’”, afirmou Nicole.
A ave estava com a aposentada havia 38 anos. Segundo a neta, o animal falava poucas palavras, chamava Yeda por “vó” e costumava dançar. “No café da manhã, ele só comia pão com manteiga. E se desse o pão sem nada, ele jogava fora em quem deu a comida para ele”, contou. “Minha avó rezava o dia inteiro, assistia a missas pela TV. Quando não estava rezando, estava cozinhando e o Louro por perto.”
Patrícia Alexandre Panica, de 30 anos, filha de Yeda, disse que a mãe passava bem nesta segunda-feira. Segundo ela, a idosa não reclama de dores, mas há marcas nos braços da idosa, que teve uma pulseira arrancada pelos criminosos. Um parente da família que é médico visitou a aposentada e recomendou descanso.
Fonte: G1