Moradores da Mooca tentam proteger castelinho na região
sexta-feira, 24 de agosto de 2012A demolição, ainda parcial, de um imóvel no Brás (centro da cidade de São Paulo) está deixando os moradores do entorno de cabelo em pé.
O “castelinho” da rua Bresser, como é chamado pelos mooquenses (a rua corta o Brás e a Mooca), era uma antiga tecelagem, que também tinha uma loja com comércio de tecidos em sua lateral, segundo moradores. Na semana passada, as paredes internas do imóvel começaram a ser demolidas.
“Acho uma pena demolir. Esse prédio é um patrimônio histórico”, diz Newton Costa Malheiro, 72, morador da Mooca (zona leste de São Paulo) há 40 anos.
O fato é que, embora o prédio faça parte da memória afetiva do bairro, ele não é um bem tombado pelo município. Nada impede que seja demolido ou reformado.
Ao ver as demolições em curso, Elizabeth Graceffi Blanco, 48, correu na Prefeitura Municipal de São Paulo para pedir seu tombamento. O pedido, protocolado no último dia 15, ainda não foi analisado pelo Conpresp, órgão municipal responsável pela preservação do patrimônio histórico.
Apenas após a abertura do estudo de tombamento –isso ocorre quando, em sua reunião quinzenal, os conselheiros entendem que imóvel tem potencial valor histórico– é que o “castelinho” ficaria protegido.
“Essa região do bairro vem sendo degradada. Já perdemos a fábrica de açúcar União. A creche Marina Crespi foi invadida e também estão demolindo algumas coisas lá. O próprio Moinho Santo Antônio eu não duvido que um dia vai vir ao chão”, lamenta Elizabeth.
Uma empresa de estacionamentos protocolou na prefeitura, em abril, um pedido de alvará de reforma para o imóvel. Como a resposta não foi dada no prazo de 30 dias, a permissão para início de obras se tornou automática, informa a administração municipal. Por isso, não há irregularidade na reforma.
Fonte: Folha de São Paulo